segunda-feira, 31 de maio de 2010

eu escolho...


Hoje no final do dia voltando pra casa vi em um carro o seguinte adesivo: “Eu escolho a PAZ”, concordei com o adesivo e claro fiquei pensando em várias outras coisas que eu escolheria; portanto hoje vou escrever e compartilhar com vocês algumas das minhas escolhas.

Eu escolho: o amor, a serenidade, a leveza, a gentileza, a harmonia, o sentimento expressado com sinceridade, felicidade, o pensamento, aprender com as experiências, os sonhos, a intuição, acreditar nessa intuição, o misto de bruxo-mago-feiticeiro-deus que existe dentro de cada um de nós...

Eu escolho: abraço bem apertado, dormir de conchinha, cinema de mãos dadas com pipoca e refrigerante, confidências depois do prazer, beijo molhado...

Eu escolho: café de sábado na padaria, chimarrão com a família, arroz de carreteiro, cerveja gelada, churros, chocolate quente de madrugada...

Eu escolho: me expressar, não magoar, aprender um pouco todos os dias, me superar a cada “pedra” encontrada, conversar pra se entender, sentir o outro, viver cada momento...

Eu escolho: música pra me alegrar, poesia pra me engrandecer, filmes pra me emocionar, meu amor pra me embalar...

Eu escolho: meus amigos, minha família, eu e você, viver, sentir, compartilhar, dividir, cuidar, ouvir, ser ouvida, amar...

Eu escolho: fazer a minha parte nem que seja uma gota neste vasto oceano, não ofender, não me permitir ser usada, não usar ninguém....

Eu escolho: um mergulho no mar, olhar o pôr-do-sol, “namorar” a lua, me encantar com uma criança, aprender com os mais velhos...

Eu escolho: passar um dia inteiro vendo filmes no sofá com o meu amor, passear de carro pela cidade vazia, conversar por horas, namorar...

Eu escolho tantas coisas! Mas talvez se eu tivesse que escolher uma coisa só eu não teria dúvida, a minha escolha seria... o AMOR!
E a sua?!
Beijo!!


ser um pra ser dois...


“ quando eu menos esperava o amor aconteceu”?! Pois é... Quando eu sabia exatamente o que eu queria, confiante no Universo ele me mandou o amor! Quando eu resolvi não procurar e dar o meu amor pra mim e pros que estavam ao meu redor sem me importar a hora e o momento em que o amor chegaria, ele chegou! Eu já havia feito o meu pedido por Universo. E fiz como uma criança que acredita em Papai Noel e faz seu pedido e descansa na certeza que na hora e no lugar certo seu presente será entregue. Assim foi! Por incrível que pareça o meu presente foi entregue na minha porta! (risos).
Primeiro temos que ser um pra depois sermos dois... primeiro temos que nos amar, que nos gostarmos, gostarmos da nossa companhia, das nossas qualidades e defeitos, das nossas manias e peculiaridades pra depois podermos amar uma outra pessoa.
E eu que achava que o amor deveria vir depois que minha faculdade acabasse, que eu tivesse passado em um bom concurso, que meu filho estivesse bem criado e que eu tivesse lido pelo menos mas um bom tanto de livros...que coisa tola!! Não é isso que faz você merecedor ou não do amor.... mas sim o nos amarmos e relaxarmos primeiro! O amor precisa de paz pra chegar, precisa que você esteja em harmonia pra recebê-lo, precisa que você entenda que ele não vai servir pra curar você de nada mas sim ser seu companheiro pra sua trajetória. Ele é o aconchego pra que você continue a sua jornada. O amor não é pré-requisito pra todo o resto dar 100% certo, porque te aviso amigo, mesmo com ele pode ser que não dê! Mas, pelo menos você terá um ombro amigo e cúmplice pra te ajudar a se reerguer pra próxima batalha.
Com o amor não acabarão suas crises de ansiedade nem os seus problemas. Amor não é medicamento pra ansiedade, pras crises de solidão, de histeria, pra falta de auto-estima. Amor não é antibiótico que deve ser ingerido de tantas em tantas horas pra curar solidão. Mas ser feliz também é isso! É aprender a lidar com sabedoria com seus monstros! Felicidade tem a ver com isso! Com a tranqüilidade diária. Com os momentos saudáveis do cotidiano. Com aquela sensação boa do final do dia de “deu tudo certo!”, que é compartilhada com o seu amor. Alias quer coisa melhor que poder compartilhar o dia-a-dia?! Tudo de bom!!!
É...felicidade e amor é isso...um grande e recompensador presente pra quem aprendeu a ser um...e agora "é" dois!
Beijo grande!

domingo, 30 de maio de 2010

Para refletir...




OS TRÊS DESEJOS DE ALEXANDRE:



 Por isso ele era chamado de 'O GRANDE'



 1- Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;

 2- Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros
conquistado como prata , ouro, e pedras preciosas ;

 3- Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do
caixão, à vista de todos.


 Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a ALEXANDRE quais as razões desses pedidos e ele explicou:


1- Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para
 mostrar que eles NÃO têm poder de cura perante a morte;


 2- Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as
 pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui
 permanecem;


 3- Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam
 ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.


 Pense nisso.. Um excelente começo de semana pra todos!
Beijo grande!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Metamorfose...




"As vira-casacas



Fico sempre de pé atrás com pessoas que passam por uma metamorfose radical, virando justamente o oposto do que eram. Quando li um depoimento da outrora Regininha Poltergeist, furacão sensual, musa de Fausto Fawcett e que teve breve carreira como atriz pornô, dizendo que hoje atende pelo nome de Regininha Pentecostes, me deu um frio na espinha. De louca a santa? Ora. De louca a louca e meia.
Acabei lendo um pouco mais sobre essas “perdidas” que se transformam em crentes, as Marias Madalenas deste século. E soube que algumas ex-capas de revistas masculinas hoje estão a serviço da castidade e da abstinência, inclusive pretendem estrear um programa na linha do Saia Justa para “levar uma visão de Deus a assuntos polêmicos”. Pregam que sexo, agora, só depois do casamento. Dizem que foram traídas por quase todos os homens que tiveram e que já se pegaram entre elas a socos para defenderem a posse de seus bofes. Hoje, arrependidas, concluem que só lhes resta ajoelhar e orar.
O famoso meio-termo, nem pensar. É como se um gremista fanático virasse colorado do dia pra noite, ou vice-e-versa.
Sou a primeira a incentivar que as pessoas reavaliem suas escolhas e, caso estejam desgostosas, mudem, se deem a chance de vivenciar novas experiências. Faz parte da dinâmica da vida. Alguns baladeiros notívagos hoje dormem depois da novela e acordam às 5h. Garotas de programa se apaixonam, casam e têm filhos, virando fidelíssimas esposas. E, se alguns céticos passam a frequentar a igreja, ótimo, nenhuma contradição, estão em movimento, desde que não inventem de se transformar em novos messias.
Prefiro comprar um carro usado da Rita Cadillac a um da Regininha Pentecostes. Desconfio de pessoas que trocam de nome, que “renascem depois do acidente”, como se fosse um acidente ter vivido uma história que já não lhes interessa mais. Há muitas coisas que fizemos e não voltaríamos a fazer, estamos sempre em busca de crescimento, e trocar de ideia e de hábitos é parte natural da aventura de estar vivo, mas posar de convertida? É acreditar demais em pecado e salvação.
Todos nós temos um pouco de loucos e de santos, somos modernos para nos vestir e caretas para educar os filhos, corajosos para esportes radicais e apavorados para sair de carro à noite. Se há algo que nos torna criaturas saudáveis é justamente o fato de sermos flexíveis, diversos. E divertidos! O passado passou, não é preciso negá-lo e virá-lo do avesso para legitimar uma nova persona, isso mais parece penitência. Engessar-se num único perfil, seja qual for, é doentio. Nada nos define. A não ser o nosso time, claro.

Martha Medeiros.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Equilíbrio....




Quando eu tinha meus 5 anos de idade meu grande problema era resolver a roupa ideal pra minha boneca favorita, aos 13 era como organizar a galera pra brincar de “bete”, hoje aos 35 não existe um e sim alguns! Piores?! Não! Mais fáceis?! Também não! Tão fáceis e tão complicados como os de 5 e os de 13. O que mudou foram os problemas em si. Daí me pego pensando em como deve bom ser sábio! Ser um daqueles gurus que mantém a calma e a serenidade 24 horas. Mas será que não somos todos sábios lidando com nossas ansiedades, com nossas rotinas, como nossos medos, com nossos “monstros” interiores?! Quanta sabedoria há em se conhecer e se perceber e se trabalhar a cada prova diária?! Eu diria que muita! Não sei se teria graça se não houvessem mais problemas a serem resolvidos e nem monstros a serem matados. Não sei se eu gostaria de virar um poço de sabedoria e viver isolada no meu mundo aonde nada nem nenhum “pepino” me atingiria.
Olho pra mim hoje e vejo como cresci, como mudei, como lido cada vez melhor com meus anseios e medos. Claro que ainda tenho muito, mas muito pra evoluir e crescer. Mas hoje também sei que tomar consciência já é um primeiro passo, bem grande e dolorido (muitas vezes) por sinal.
Outra grande coisa que aprendi e que não adianta se estressar e querer mudar tudo que há em você do dia pra noite. “A vida necessita de pausas”, nós também. Pausas pra entrar em contato com a nova descoberta, experimentar e aprender a usar. Cada um ao seu tempo. Cada um na sua hora, no seu momento. Não adianta nada querer se armar até os dentes contra todas as instabilidades, domar toda e qualquer ansiedade, enfrentar todos os medos e surtar bem ali na frente. A vida também é feita de instabilidades, de anseios, de medos e inconstâncias. Levar a vida sempre preocupada em ter uma constância já estressa, porque gera uma ansiedade. Cada vez mais acho que relaxar e se divertir é que é sábio! A mente sadia enfrenta os medos, as ansiedades, seus monstros interiores sem camuflar, sem sentir vergonha, assumindo suas dores e fraquezas e tirando disso suas experiências pras próximas “provas” desse vasto, incerto e mágico Universo.
“A saúde constitui sempre um estado de equilíbrio instável de forças, enquanto a doença traz em si a ilusória sensação de estabilidade e permanência”.
Acho que é isso! O cara que é militarmente estável dentro de suas verdades absolutas esse sim é o doente.
A vida é feita de aprendizados diários. De altos e baixos. Com certeza os problemas de hoje parecerão fáceis daqui a alguns anos, mas nem por isso menos importantes, apenas mais conhecidos e assim com um tamanho menor.
Se equilibrar sobre o precipício. Isso pra mim faz o grande sábio!
Beijo grande!

Que o outro saiba...


"Canção das mulheres


Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher."


Lya Luft

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Palavras...


"Doe palavras.



Houve um tempo em que ser in era ser moderno, significava que você estava dentro, sabia das coisas. Os outros estavam out, por fora.
Usei menos de 140 caracteres para escrever as duas frases acima. Os famosos 140 caracteres que limitam as mensagens enviadas pelo Twitter, essa febre que tomou conta do mundo, para meu espanto. A troco de que as pessoas precisam anunciar, várias vezes ao dia, o que estão pensando ou fazendo? Sei que estou na contramão de certos costumes, mas o fato de ficar de fora dessa ansiedade generalizada não me faz sentir antiga, ao contrário, me faz sentir avançada, e não estou falando de idade avançada, não aproveite a bola picando. O fato é que a única ferramenta da qual deveríamos ser dependentes é a própria cabeça, que é quem determina se somos livres ou não. Podemos contar com diversas engenhocas eletrônicas, mas não a ponto de nos tornarmos reféns delas.
Vale pra tudo. Pessoas vestem roupas que não combinam com seu peso, altura, estilo, mas, como são peças da moda, é o que basta para instalar a obrigatoriedade de usá-las. O comércio é que mais lucra com essa necessidade descontrolada de consumir o que nos apresentam como novo, e que deprime os que não conseguem fazer parte da tribo dos descolados. Mas descolados de quê? Estamos cada vez mais aderentes, grudados, embolados na vida uns dos outros, iguais a todos. Sou de uma época em que a diferença é que nos destacava.
Mas não chego a ser um caso perdido, a tia aqui sabe que Twitter e outras parafernálias podem ser úteis. Tem gente que já encontrou carro roubado e filho sumido na noite graças a alguns torpedos. Nem todos os sucintos 140 caracteres com que andamos resumindo nossos pensamentos são descartáveis. Um exemplo disso é a iniciativa tomada pelo Instituto Mário Penna, de Belo Horizonte, que trata de pacientes com câncer. Não revoluciona nada, mas ao menos dá um sentido a esse impulso de distribuir palavras. O projeto é justamente esse: Doe Palavras. Você escreve uma mensagem de apoio aos doentes e ela é veiculada nos monitores internos do hospital, para que todos possam ler. Dei uma olhada no teor dessas mensagens e, a despeito de toda a boa intenção, elas me pareceram monótonas. Criatividade não dá em árvore, sabemos. Os textos dizem sempre a mesma coisa: tenha fé, Deus está com você e blablablás que, repetidos à exaustão, perdem o efeito. Mas se você é um twitteiro criativo, entre nessa campanha enviando frases divertidas, empolgantes, inteligentes, que façam a criatura que está lá, sofrendo em cima de uma cama, sentir-se viva, dar uma risada, ter ainda mais vontade de recuperar a saúde. Ânimo não cura, mas ajuda. Frases que fujam do marasmo, versos bons, refrões de música, pensamentos filosóficos, aforismos que façam pensar. Quando o cérebro é provocado, todo o corpo responde junto.
Se o prezado leitor também é um alienígena sem twitter, pode fazer isso através do site www.doepalavras.com.br. Você estará enviando as melhores vibrações para quem realmente precisa delas. Não que a gente não queira saber o que você jantou ontem e a quantas anda a gravidez da Juliana Paes, óbvio."

Martha Medeiros.



sexta-feira, 21 de maio de 2010

Certo e errado...




"Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu “errado”. Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros. A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel. Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, superoleosos, grudam só de ouvir a palavra “condicionador”. Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e... surpresa! Os cabelos ficaram soltos e brilhantes — tudo aquilo que meus nove vidros de xampu “certo” que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi aí que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa — e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou: certa por que?
O homem certo, por exemplo: existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se assusta, está casada — e feliz — com um deles.
E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.
Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão — da traição ou do cigarro — concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.
O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios — tem um punhado de coisas que eu não faço”. Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos”. O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso."
Leila Ferreira.


(Leila Ferreira é jornalista, apresentadora de TV e autora do livro Mulheres – Por que será que elas..., da Editora Globo)

terça-feira, 18 de maio de 2010

19 de maio de 2010.




Na passagem do ano passado pra este fiz tudo como manda o figurino...passei na praia, usando rosa (dos pés a cabeça, literalmente), queimei minha carta do anjo, entreguei rosas brancas pra Iemanjá, tinha lua, acendi velas brancas e pude com toda calma e tranqüilidade fazer minhas visualizações pro ano que se iniciava. E o sentimento era de “ que tudo venha na hora e no melhor momento”. Que tudo venha de uma forma tranqüila.... Saber o que eu queria eu sabia, com toda propriedade e pontualidade, mas a certeza naquela hora era de que não adiantava correr, o Universo organizaria tudo no exato momento e da melhor forma. Da forma que me faria feliz.
Bem....parece que deu certo!! O sentimento de “tudo vai dar certo” que senti naquele momento tem me acompanhado, e olha gente quanta coisa linda tem acontecido!
Portanto hoje, dia 19 de maio de 2010, tenho muito pouco a pedir e um bocado a agradecer!
Agradecer a vocês meus amigos, velhos companheiros de guerra... obrigada por toda torcida, carinho, aprendizado, cumplicidade e cuidado; aos novos que me receberam com todo carinho em seus corações; aos meus familiares, por todo apoio e amor (Angel, não poderia deixar de dizer pra você em especial...Muito obrigada “marida” por me trazer o meu amor); à você Gu, por me ensinar tanto e me permitir evoluir e aprender tanto; à você meu amor, por tanta felicidade, por toda amizade, companheirismo, amor e cuidado...e à esse imenso e infinito Universo por conspirar tanto pra minha felicidade. Tenha certeza que me sinto realmente ouvida e atendida!
Obrigada pelos 35 anos de muita vida, muitas experiências, muitas alegrias, algumas tristezas super enriquecedoras, muitos aprendizados, por todas as pessoas com quem convivi e aprendi, por todos os lugares aonde estive, por cada lua cheia, cada pôr-do-sol e por cada amanhecer....
Obrigada já de antemão por todos os momentos que vou viver, por toda felicidade, por todo aprendizado, por todas as “aulas” da D. Vida, por todas as pessoas que ainda vou conhecer, por todos os lugares que ainda vou visitar...obrigada pelos próximos 45 anos (acho que esse tempo está bom! Risos), que sei que serão muito bem vividos!!
Pedido?! Tenho sim....posso?! (risos) .Ah! Como fala uma leonina que adoooro, “o importante é saber pedir”, portanto....
Querido Universo, continue abençoando e cuidando de todos os meus amigos e familiares, porque sem eles eu sou só metade....e assim, se não for pedir muito, continue conspirando a meu favor, iluminando e abençoado os meus caminhos.
Um beijo bem estalado e uma abraço bem apertado em cada um de vocês!
Aline Bauer Fischer.

19/05/2010.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pensamento....

 



"Em que você está pensando?
O silêncio da paz, do sossego, não deve ser interrompido por suspeitas
Estava no Rio participando de um evento, quando uma moça se aproximou de mim e disse: Gostaria de saber sua opinião: sempre que eu pergunto para o meu marido sobre o que ele está pensando, ele responde que não está pensando em nada. Isso é possível?.
Não, não é possível, respondi. Não é possível que você pergunte para o seu marido sobre o que ele está pensando. Você não tem pena do coitado?
Rimos, e trocamos de assunto.
O fato é que não é só ela. Muitas vezes compartilhamos o silêncio com alguém que amamos muito, mas o amor nem sempre é blindagem suficiente contra a insegurança, e aí aquele silêncio vai se tornando incômodo, aflitivo, até que, pra não deixar o caladão ou a caladona fugir para muito longe, surge a invasiva pergunta: “No que você está pensando?”.
Pode acontecer durante uma viagem de carro, durante uma caminhada, até mesmo em frente à tevê: “No que você está pensando?”.
Estava pensando se o bolo desandou por eu ter colocado farinha de rosca em vez de farinha de trigo. Estava tentando lembrar se foi o Robert Downey Jr. que fez o papel de Gandhi no cinema. Estava procurando entender como o elefante, sendo herbívoro, consegue ser tão gordo.
Como diria Olavo Bilac, certo perdeste o senso.
O pensamento é sagrado, o único território livre de patrulha, livre de julgamentos, livre de investigações, livre, livre, livre. Área de recreação da loucura. Espaço aberto para a imaginação. Paraíso inviolável. Se estivermos estranhamente quietos num momento em que o natural seria estarmos desabafando, ok, é bacana que quem esteja a nosso lado demonstre atenção. Você está aborrecido comigo? Está preocupado? Quer conversar? Está precisando de alguma coisa? Quem gosta de nós percebe quando nosso silêncio é uma manifestação de sofrimento ou desagrado, e nos convocar para um diálogo é uma tentativa de ajudar.
Mas durante uma viagem de carro em que está tudo numa boa e você está apenas apreciando a paisagem? Durante uma caminhada no parque em que você está observando as diferentes tonalidades de verde das árvores? Na frente da tevê, quando você está fixado na entrevista do seu cineasta preferido? Esse é o silêncio da paz, do sossego, e não merece ser interrompido por suspeitas. Sim, até pode ser que você esteja pensando, durante a viagem, que o relacionamento de vocês também já foi longe demais. E que o parque seria um belo local para um encontro clandestino. De preferência com o cineasta da entrevista, que você nem imaginava ser tão bonitão. Sim, pode ser.
Em que você está pensando?
Em nada, meu bem. Em nada."

Martha Medeiros.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Saudade...





"A DOR QUE DÓI MAIS


Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer."


Martha Medeiros

terça-feira, 11 de maio de 2010

Transa gramatical...



"Transa Gramatical

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.
Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida.
E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice..
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo.
Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.
Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.
É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisso a porta abriu repentinamente.
Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício.
O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto.
Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois.
Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva."


Redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade Federal de Pernambuco - (Recife), que venceu um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.


....eu te amo....


"Sentir-se amado


O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo."



Martha Medeiros

sábado, 8 de maio de 2010

Um pouco de sal, açúcar e água...




Ando escrevendo pouco e ainda não sei se é porque tudo anda meio repetitivo, se ando mesmo com falta de assunto ou se tenho escutado tanto nestes últimos dias sobre mim mesma com relação ao mundo ao meu redor que ando meio “sem palavras”. Ainda sem concatenar todas as informações dentro de mim.E ando sem palavras até pra defender meu ponto de vista em relação aos dos outros. Talvez porque nesse exato momento eu esteja mesmo cansada de “me defender”. Sabe, pra ser sincera, hoje tenho certeza de muito pouca coisa... “ a vida necessita de pausas” e como o Universo resolveu me “falar” algumas coisas eu estou como aprendi “quando o mais sábio fala o outro escuta”....ando escutando!
Alias no mundo atual são tantas informações, tantos livros e e-mail’s de auto-ajuda, de como fazer, como se portar, o que comer, como comer, como sentir, o que sentir, o que não sentir que as vezes me sinto meio vigiada até nos meus mais profundos pensamentos. E um deles tem sido, será que estamos melhor?! Será que este mundo de hoje dá tempo pra usarmos de fato todos os conselhos recebidos diariamente?! O que vejo são pessoas correndo o tempo todo, fazendo mil e uma atividades, se cobrando 150% (porque 100% é muito pouco pra concorrência de hoje) infelizes e sem tempo pra se curtir, se escutar, se permitir, sonhar e realizar. Não grandes sonhos, mas aqueles que hoje achamos "bobos". E o que será que é mais importante?! Grandes ou pequenos sonhos?! Ter tempo ou ter dinheiro?! Já até sei o que você vai me responder...os dois oras! È... pode ser! Não ando tendo muitas respostas ultimamente, acho que ando mais na contramão da vida procurando dentro de mim as perguntas, pra depois tentar achar as respostas. Procurando dentro de mim a chave que abre a porta do “fazer da melhor forma”, leiam, não da forma correta, mas da melhor forma. Melhor principalmente pra mim! Porque uma coisa já descobri, o melhor pra nós sempre será o melhor por outro. Se formos felizes fazemos quem está perto feliz também. Prático, não!? Não!! Na maioria das vezes me pego fazendo o que o outro quer. E se você me perguntar o porque te darei uma lista infindável de respostas vazias.
Ei, porque nossos “pepininhos diários” não vem com manual de instrução??!! "O que fazer em 1354 capítulos!"( claro um que realmente funcionasse).Acho que já estaria esgotado nas livrarias! O pior de tudo é que tem esse livro!! Ele existe é funciona!! E está ai, bem dentro de mim e de você! Qual o problema então?! Abrir o livro e ler!! Um sábio livro de “culinária”. Não, você não leu errado! Culinária!! Me diga se tudo não é uma questão de temperar?! Sal aonde está doce e “meloso” demais, açúcar aonde está salgado e ranzinza, e água quando está árido demais, pra que a gente se sinta mais leve e sinta o mundo ao nosso redor, tudo com uma boa dose de bom senso. Viu só?! Tive uma aula disso!! (risos). Se eu aprendi?! Quem me dera! Acho que ainda vai levar um tempo....mas descobri que tenho uma vida inteirinha pra aprender e que com uma boa dose de benevolência e paciência comigo mesma chegarei na reta final bem temperadinha!
Obrigada pelo desabafo e até a próxima!
Bom final de semana!
Beijo grande!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Cuidar...


"Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender.
Tenho visto muito amor por aí, Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva,mas esbarram na dificuldade de se tornar bonito. Apenas isso: bonitos,belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebeu ameaçados apenas e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender;necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor.
Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reinvindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira. Ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza que está fazendo o seu amor bonito?
De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro, a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual criança.E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.
Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama. Saia cantando e olhe alegre.
Recomendam-se: encabulamentos; ser pego em flagrante gostando; não se cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, “aquela conversa importante que precisamos ter”, arquivar se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem ama toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda atenção possível.Quem ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.
Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine, cheia de brinquedos dos nossos sonhos) :não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.
Não tenha mêdo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade;não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração;contar a verdade do tamanho do amor que sente.
Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil. Revivendo os carinhos que instruiu em criança. Sem mêdo de dizer, eu quero, eu gosto, eu estou com vontade.
Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor,ou bonitar fazendo seu amor, ou amar fazendo o seu amor bonito(a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira expressão de tudo o que você é e nunca, deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser.
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz."
Desconheço a autoria.

Ser feliz....



"Você pode ter defeitos,
viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo.
E você pode evitar que ela vá a falência.
Há muitas pessoas que
precisam, admiram e torcem por você.
Gostaria que você sempre se lembrasse
de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade,
caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas,
relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar
força no perdão, esperança nas batalhas,
segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender
lições nos fracassos.
Não é apenas ter júbilo nos aplausos,
mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena
viver, apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da
própria história.
É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manha pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples ,
que mora dentro de cada um de nós.
É ter maturidade para falar "eu errei".
É ter ousadia para dizer "me perdoe".
É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você".
É ter capacidade de dizer "eu te amo".
É ter humildade da receptividade.
Desejo que a vida se torne um canteiro
de oportunidades para você ser feliz...
E, quando você errar o caminho, recomece,
pois assim você descobrirá que ser feliz
não é ter uma vida perfeita, mas usar
as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas
da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz,
pois a vida é um obstáculo imperdível,
ainda que se apresentem dezenas de fatores
a demonstrarem o contrário."
Fernando Pessoa.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Feliz por nada...


"Geralmente, quando uma pessoa exclama Estou tão feliz!, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou. Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. “Faça isso, faça aquilo”. A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre. Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso."

Martha Medeiros.