quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Destralhar...

Ando em um momento bem corrido com a mudança para o apartamento novo, correndo tanto que até pra esse momento "devaneio-relax-terapia" não ando tendo tempo, mas gostaria de dividir com vocês o texto que recebi hoje. Universo, sábio Universo que sempre fala comigo; obrigada!!!
Segunda, se Deus quiser, estarei de volta pra contar como foi estes dias em que pratiquei o "destralhar".
Beijo grande!
"- "Bom dia, como tá a alegria"? Diz dona Francisca, minha faxineira rezadeira, que acaba de chegar.
- "Antes de dar uma benzida na casa, deixa eu te dar um abraço que preste!" e ela me apertou.
Na matemática de dona Francisca, "quatro abraços por dia dão para sobreviver; oito ajudam a nos manter vivos; 12 fazem a vida prosperar".
Falando nisso, "vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada".
Já ouviu falar em toxinas da casa? Pois são:
- objetos que você não usa,
- roupas que você não gosta ou não usa há um ano,
- coisas feias,
- coisas quebradas, lascadas ou rachadas,
- velhas cartas, bilhetes,
- plantas mortas ou doentes,
- recibos/jornais/revistas, antigos,
- remédios vencidos,
- meias velhas, furadas,
- sapatos estragados...
Ufa, que peso! "O que está fora está dentro e isso afeta a saúde", aprendi com dona Francisca.
"Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa!", ela diz, enquanto me ajuda a 'destralhar', ou liberar as tralhas da casa... O 'destralhamento' é a forma mais rápida de transformar a vida e ajudar as outras eventuais terapias. Com o destralhamento:
- A saúde melhora;
- A criatividade cresce;
- Os relacionamentos se aprimoram...
É comum se sentir cansado, deprimido, desanimado, em um ambiente cheio de entulho, pois "existem fios invisíveis que nos ligam à tudo aquilo que possuímos".
Outros possíveis efeitos do "acúmulo e da bagunça":
- sentir-se desorganizado;
- fracassado;
- limitado;
- aumento de peso;
- apegado ao passado...
No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga;
Na entrada, restringem o fluxo da vida;
Empilhadas no chão, nos puxam para baixo;
Acima de nós, são dores de cabeça;
"Sob a cama, poluem o sono".
"Oito horas, para trabalhar; Oito horas, para descansar; Oito horas, para se cuidar."
Perguntinhas úteis na hora de destralhar-se:
- Por que estou guardando isso?
- Será que tem a ver comigo hoje?
- O que vou sentir ao liberar isto?
...e vá fazendo pilhas separadas...
- Para doar!
- Para jogar fora!
Para destralhar mais:
- livre-se de barulhos,
- das luzes fortes,
- das cores berrantes,
- dos odores químicos,
- dos revestimentos sintéticos...
e também...
- libere mágoas,
- diminua o uso da carne,
- termine projetos inacabados.
"Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente", diz a sabedoria oriental. O Ocidente resiste a essa idéia e, assim, perde contato com o sagrado instante presente.

Dona Francisca me conta que "as frutas nascem azedas e no pé, vão ficando docinhas com o tempo".. a gente deveria de ser assim, ela diz:
"Destralhar ajuda a adocicar."
Se os sábios concordam, quem sou eu para discordar?"

Desconheço a autoria.



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Fotos pra tirar...



Hoje estava eu sentada em meio a um monte de caixas no meu novo apartamento. Como tinha tempo de sobra, pois tinha que esperar a entrega de algumas coisas, comecei a organizar umas fotos. Fotos de parentes, fotos de viagens, fotos de amigos, fotos do Gustavo pequenininho, fotos antigas e fotos novinhas em folha. Claro que cada foto foi revivida com seus cheiros e barulhos e as lembranças foram as mais diversas.
Lembranças que passaram pela minha infância, pela minha adolescência, pelo momento em que fui mãe, pelas risadas com meus amigos, pelas viagens, pela vida, recente e não tão recente assim. Alguns momentos eu queria poder voltar e sentir as emoções e sensações novamente, outros eu queria poder viver novamente pra poder dar mais valor ainda, outros ainda eu queria que durassem um pouco mais... só um pouquinho mais.
O bacana foi olhar pra aquilo tudo, aquelas caixas de fotos e ver que nada, nada foi em vão, nada não poderia ou deveria ter acontecido. Tudo, exatamente tudo fazem parte desta Aline que sou hoje. Se houvesse uma “foto” a menos eu não seria essa Aline de hoje, não estaria nesse momento, não estaria vivendo as coisas que vivo hoje.
Não sei se isso é bom ou ruim. Apenas senti que essa Aline, cheia de defeitos e qualidades, se transformou no que é por conta da soma dessas “fotos”, destes momentos. Afinal não somos o que vivemos o que sentimos e o que aprendemos com os tombos e os presentes da vida?! D. Vida hoje me deu mais um presente, uma tarde em que pude olhar pros meus momentos vividos, pra dentro de mim e ver que ainda tenho muitas “fotos” pra tirar!
Beijo grande!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Novamente um texto sobre palavras...



Hoje lendo o texto de domingo da Martha me lembrei da minha prima Adriana e de suas palavras tiradas da “cristaleira” e usadas com graça e naturalidade. Palavras do tipo “chávena” (leia-se xícara); dentifrício (leia-se pasta dental) entre algumas outras. Palavras que quando usadas sempre nos trazem boas lembranças, lembranças de um tempo em que se falava com menos gírias e talvez com mais entendimento.
Hoje com a modernidade da tecnologia, além das palavras mudarem e diminuírem (vocês já tentaram ler o que a garotada escreve no computador?!) não escrevemos mais cartas e poucos são os que ainda escrevem carinhosos bilhetes. Alguém ainda se lembra de abrir uma carta de um namorado que chegou pelo correio?! Humm... que delícia!
Mas, o tempo muda, o tempo passa e nós e o mundo ao nosso redor mudamos também. Eu ainda continuo escrevendo cartas, mas assumo que elas vão pelo e-mail mesmo! Não tem o mesmo charme, mas tem a rapidez e uma série de outras vantagens. Não tem jeito não dá pra parar no tempo, nê?! Então fazemos assim, tiramos uma ou outra vez uma destas palavrinhas “vintage” da cristaleira e matamos a saudade do tempo em que ainda se via cachorro correndo atrás do cara do correio.
Beijos!


"Vocabulário vintage.

Sempre gostei de ver resgatadas algumas palavras antigas
Eu havia combinado de buscar minha filha na casa de uma amiga por volta das 18h. Pouco antes desse horário, ela me ligou toda excitada dizendo que haviam resolvido assistir a um DVD e que alguém havia providenciado marshmallow com morangos e todas as outras gurias iriam ficar até mais tarde, então, mãe, mamãezinha, deixa eu ficar mais um pouco!!!
Respondi: “Tudo bem, me liga quando esse frege terminar”.
Silêncio abissal do outro lado da linha. Minha filha recuperou seu tom de voz normal e respondeu um seco: “Tá, eu ligo”. Parecia que tinha recebido a notícia da morte de um parente.
Assim que desliguei, não contive o riso. Frege! Minha filha deve ter ficado em estado de choque, que língua mamãe estar falando?
Na mesma hora lembrei de uma passagem do ótimo Eles Foram para Petrópolis, livro que publica uma troca de correspondência virtual entre os jornalistas Ivan Lessa e Mario Sergio Conti. São textos eletrizantes, inventivos, inteligentes, que nos fazem matar a saudade de Paulo Francis, de quem os dois sempre foram amigos, aliás. Em certa passagem do livro, eles salientam ser “imprescindível tirar uma palavrinha lá da cozinha, dar uma limpada, um bom brilho e depois tacar na cristaleira da sala de jantar para as visitas admirarem”. E concluem: “Uma gíria e um bordão podem e devem pedir o boné e se mandar. Uma palavra, não.”
Concordo e dou fé (também tirando da cozinha uma expressão empoeirada). Sempre gostei de ver resgatadas algumas palavras antigas que, ao invés de denunciarem a decrepitude de quem as escreve, acabam por dar ao texto um ar vintage, que, como se sabe, é ultramoderno. Em vez de dizer que fulana ficou estressada, não é muito mais divertido dizer que ela teve um faniquito? Temos medo de bandidos, mas simpatizamos com os pilantras. E quem é aquela dando em cima do seu marido? Uma boa de uma bisca.
Vá lá salvá-lo antes que a sirigaita o leve no bico. Antigamente as expressões eram mais leves, e leveza hoje é uma qualidade revolucionária.
Esgotado o tempo regulamentar, busquei minha filha na casa da amiga e vi que seu cotovelo estava esfolado. “O que aconteceu?”, perguntei quando ela entrou no carro. “Nada de mais, mãe, levei um boléu”. Não era caso pra achar graça, mas achei."

Marth Medeiros.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Entusiasmo...

Pra começar bem a semana!!Muito entusiasmo pra todos nós!!
Beijos!

ENTUSIASMO

 
"A palavra entusiasmo vem do grego e significa "ter um deus dentro de si". Os gregos eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. A pessoa entusiasmada era aquela "preenchida" por um dos deuses e por isso poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem. Assim, se você fosse entusiasmado por Deméter (deusa da Agricultura, chamada Ceres na mitologia romana) você seria capaz de fazer acontecer a melhor colheita, e assim por diante. Segundo os gregos, só as pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano, criar uma realidade ou modifica-la. Portanto, era preciso entusiasmar-se, ou seja, "abrigar um deus em si"!
Por isso, as pessoas entusiasmadas acreditam em si, agem com serenidade, alegria e firmeza. E acreditam igualmente nos outros entusiasmados. Não é o sucesso que traz o entusiasmo, é o entusiasmo que traz o sucesso. O entusiasmo é bem diferente do otimismo.
Otimismo significa esperar que uma coisa dê certo.
Entusiasmo é acreditar que é possível fazer dar certo. "
Desconheço a autoria.

Agora assista o vídeo. É lindo!


 

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Palavras...


Palavras escritas. Eu gosto delas. Talvez seja mais uma mania que adquiri do meu pai, que sempre traduziu seus sentimentos através de sua poesia, ou talvez seja algo que partiu de mim mesmo. Não sei dizer. O fato é que sempre me expressei muito melhor escrevendo do que falando. Sempre tive uma enorme facilidade em colocar no papel uma idéia, um sentimento, um momento, uma cena. Nunca fui boa de prosa, poesia e afins, nem posso dizer que sou uma eximia escritora (ainda chego lá um dia, água mole em pedra dura...), mas gosto de escrever. Gosto de ver a idéia, o sentimento traduzido nas palavras. Palavra após palavra se juntando e dando sentido ao pensamento que muitas vezes nem parece ter tanto sentido assim.
Recados. Sou fã deles! Aqueles rápidos, escritos num pedaço de papel, no espelho do banheiro, no celular, no quadro negro, pregado na geladeira. Recados que podem mudar um dia, abrir um sorriso, iluminar um coração, resolver um pepino, ou mesmo fazer chorar. Quer coisa mais gostosa que um “ te amo” no meio do seu dia! Um “estou com saudades” quando você nem espera. Diga se não é tudo de bom?! Se não alegra o coração, o dia, a vida?! Pois é...apenas palavras. Duas ou três, as vezes mais, mas não é a quantidade que importa e sim se são escritas com o coração e lidas com o sentimento. Pronto a fórmula perfeita!
Acho que é por isso que estou colocando esta paixão nas minhas paredes do apartamento novo. Frases escritas pra mim e pra todos que ali adentrarem. Frases que traduzem uma cena, um sentimento, um desejo.Frases que falam de mim, do meu mundo, que falam de amor, de vida, de momentos vividos, de momentos sonhados.Tanta coisa que as palavras podem dizer.
E você de que forma se expressa melhor?!Palavras escritas? Faladas? Desenhos? Gestos? Ações? Na verdade tudo vale, o importante é conseguir traduzir o que o sentimento por si só não consegue.
Eu vou daqui, melhorando a cada dia, colocando em palavras o que esse coração pulsante sente.
Beijo grande!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Duas grandes mulheres...




Hoje vou falar de duas mulheres.Uma está festejando, outra não tem nada pra festejar.Uma está comemorando a vida, a outra não tem nada pra comemorar. Apesar de somente conhecer uma delas, as duas estarão no meu humilde blog hoje. Porque ambas eu admiro. As duas gostaria de desejar um futuro brilhante. Uma eu sei que terá, outra nem tanto. Mas, como sonhar não custa nada, vou desejar mesmo assim, as duas, esperando que a segunda consiga tocar o mundo em que vive pra tamanha violência e mude o rumo do seu destino e passe a ter muito o que comemorar como a primeira. Pras duas hoje farei uma prece, pedindo que ambas tenham uma vida harmoniosa, com seus sonhos realizados, momentos de pura felicidade, noites tranqüilas, liberdade pra viver de acordo com a sua vontade, liberdade pra amar, liberdade pra sentir, liberdade pra se expressar e desejo ainda muita, mas muita vida!
Ju, hoje pela manhã quando abri o texto da Martha, encontrei esse texto abaixo sobre está mulher a Sakineh e como sei que nada é por acaso coloquei vocês duas juntas porque é dessa força de leoa que você tem que eu imagino que ela precise nesse momento. E essa garra, determinação e força, que você tem que eu desejo que ela tenha pra superar esse momento triste de sua vida.
Eu também não acredito muito em abaixo-assinados feitos pela internet, mas eu assinei com a mesma crença que fiz minha prece por vocês.
Um beijo imenso pra você Ju! E que este seja um dia lindo e que este ano seja feito de dias alegres, quentes e intensos assim como você é! Pura energia!


"Sakineh, uma mulher como nós.
Adoçantes não calóricos. Massagem com compressas de ervas quentes. Máquinas high-tech para eliminar a celulite. Modelador térmico para criar cachos naturais. Esmalte de tratamento para unhas frágeis. Clareador de manchas com ácido bio-hialurônico. Hidratante bloqueador de radicais livres. E sigo folheando uma adorável revista feminina, que nos conduz a um mundo onde tudo é lindo, glamouroso e caro, mas sonhar não custa nada, e viro mais uma página, e outra, enquanto penso: uma moça chamada Sakineh Mohammadi Ashtiani pode morrer apedrejada a qualquer momento por um suposto adultério cometido anos atrás.
Mulheres se candidatam à presidência, dirigem empresas, pedem o divórcio, viajam sozinhas, investem na sua vaidade, mas nenhuma dessas conquistas pode nos orgulhar enquanto ainda houver o costume de enterrar uma criatura no chão com apenas a cabeça de fora para que leve pedradas de diversos homens – e não podem ser pedras GG, tem que ser as de tamanho M, pois exige-se que o suplício seja longo. Que tom de gloss será conveniente para assistir ao badalado evento?
Sei que há diversas outras modalidades de desrespeito aos direitos humanos, inclusive no Brasil, mas neste momento estou vestindo a camiseta da Sakineh. Quero falar sobre o ato primitivo de se apedrejar uma mulher na cabeça até a morte. Não discuto o motivo torpe da condenação, pois nem que ela tivesse matado alguém, em vez de simplesmente ter feito sexo com alguém, seria justificativa. Não há justificativa para a brutalidade. É a lei do Irã, é a religião do Irã, é a tradição do Irã, e daí? Quando meu estômago embrulha, é sinal de que algo bem perto de mim está acontecendo. Distância só existe quando a gente racionaliza, o sentir unifica. O Irã faz parte do mundo em que eu vivo. O meu tempo e o da Sakineh são o mesmo. Somos contemporâneas. Ela não é um personagem, existe. Tem filhos. E se a mobilização internacional não surtir efeito, em breve será enterrada até a altura do busto, com os braços presos para não poder proteger o rosto.
O que dói, mais do que tudo, é reconhecer que avançamos tanto e ainda não conseguimos atingir um grau de humanidade que seja comum a todos, homens e mulheres de qualquer lugar e de qualquer crença. O que podemos fazer por Sakineh? Rezar para que ela seja enforcada, que é o plano B. Ufa, seria um alívio.
Há uma petição circulando pela internet. Acredito tanto na eficiência desses abaixo-assinados como acredito em creme antirrugas, mas volto a dizer: sonhar não custa nada. www.liberdadeparasakineh.com.br
Eu já assinei. Agora vou passar meu incrível tônico de renovação celular “future solution”, pois, como qualquer mulher, adoro cuidar da minha pele."


Martha Medeiros.







segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mamadeira espumante...


Não sou assim uma aficionada por eletrônicos e afins, mas este final de semana ganhei do meu namorado um celular novo e no primeiro momento deixei ele ali quietinho esperando o meu momento pra poder sermos apresentados. Pois bem, hoje antes de sair coloquei-o na bolsa, pra quem sabe interagir com ele. Como hoje foi o primeiro dia de aula, enquanto o professor explicava seu método de aula eu como quem não quer nada, peguei o celular e....me encantei!
Gente, tudo de bom!! Claro que ainda não conheço metade do potencial da “criança” mas ele é fofo! Ainda estou na fase (chata) de repassar a minha agenda (incrível como a gente descobre contatos inúteis), mas mesmo assim já passei algumas horinhas com ele, descobrindo em mim uma apaixonada (pelo menos por este tipo) por eletrônicos!
Falando em eletrônicos ontem foi o dia dos pais e no caso o meu adoora eletrônicos. Daquele tipo que dorme com o produto do lado pra não perder um minuto da novidade. Estou falando dele porque ontem foi dia dos pais e eu não pude estar com o meu pessoalmente, mas queria deixar aqui (mesmo que com atraso) o meu agradecimento.
Nestas férias quando fui pra São Paulo participei de uma vivência no curso de astrologia que meu namorado foi fazer (a vivência era aberta pra todos) e em um certo momento, quando se falou da lua, que no caso são as suas emoções, o mediador pediu pra gente escolher alguém estranho naquele grupo e sentar a sua frente e de olhos fechados deixar a mente ir até os momentos de nossas infâncias.( Claro que tinha uma música e uma luz própria pra ocasião e por isso era mais fácil vivenciar aquilo) Bem, assim fiz e pouco tempo depois estava eu na minha cama, no meu quarto de criança, acordando, recebendo do meu sorridente pai a melhor e mais espumante mamadeira de leite com chocolate do mundo inteiro(acho que ele ficava um bom tempo sacudindo ela ou será que batia no liquidificador?!). Junto com isso, enquanto eu me deliciava, eu recebia as primeiras palavras de estimulo pro meu dia ser maravilhoso, sempre acompanhadas de uma música clássica ao fundo.
Quando abri os olhos pra poder trocar a experiência com a minha parceria, me peguei com os olhos cheios de lágrimas e saudades daqueles deliciosos e reconfortantes momentos.
Pai, obrigada, por ter me dado confortáveis e carinhosas lembranças da minha infância.
Hoje o texto é da Martha (pra variar) e também pra todos os pais, avôs, tios, padrastos...e pros que ainda vão ser.
Grande Beijo.


“Pai é um só.
Verdade seja dita: há muitas como sua mãe, mas ninguém como seu pai
Mãe é tudo igual, só muda de endereço.
Não concordo 100% com essa afirmação, mas é verdade que nós, mães, temos lá nossas semelhanças. Basta reunir uma meia-dúzia num recinto fechado para se comprovar que, quando o assunto é filho, as experiências são praticamente xerox umas das outras.
Por outro lado, quem arriscaria dizer que pai é tudo farinha do mesmo saco? Nunca foram devidamente valorizados, nunca receberam cartilhas de conduta e sempre passaram longe da santificação. Cada pai foi feito à imagem e semelhança de si mesmo.
As meninas, assim que nascem, já são tratadas como pequenas “nossas senhoras” e começam a ser catequizadas: “Mãe, um dia você vai ser uma”. E dá-lhe informação, incentivo e receitas de como se sair bem no papel. Outro dia, vi uma menina de não mais de três anos empurrando um carrinho de bebê com uma boneca dentro. Já era uma minimãe. Os meninos, ao contrário, só pensam nisso quando chega a hora, e aí acontece o que se vê: todo pai é fruto de um delicioso improviso.
Tem pai que é desligado de nascença, coloca o filho no mundo e acha que o destino pode se encarregar do resto. Ou é o oposto: completamente ansioso, assim que o bebê nasce já trata de sumir com as mesas de quinas pontiagudas e de instalar rede em todas as janelas, e vá convencê-lo de que falta um ano para a criança começar a caminhar.
Tem pai que solta dinheiro fácil. E pai que fecha a carteira com cadeado. Tem pai que está sempre em casa, e outros, nunca. Tem pai que vive rodeado de amigos e pai que não sabe o que fazer com suas horas de folga. Tem aqueles que participam de todas as reuniões do colégio e outros que não fazem ideia do nome da professora. Tem pai que é uma geleia, e uns que a gente nunca viu chorar na vida. Pai fechado, pai moleque, pai sumido, pai onipresente. Pai que nos sustenta e pai que é sustentado por nós. Que mora longe, que mora em outra casa, pai que tem outra família, e pai que não desgruda, não sai de perto jamais. Tem pai que sabe como gerenciar uma firma, contruir um prédio, consertar o motor de um carro, mas não sabe direito como ser pai, já que não foi treinado, ninguém lhe deu um manual de instruções. Ser pai é o legítimo “faça você mesmo”.
Alguns preferem não arriscar e simplesmente obedecem suas mulheres, que têm mestrado e doutorado no assunto. Mas os que educam e participam da vida dos filhos a seu modo é que perpetuam o charme desta raça fascinante e autêntica. Verdade seja dita: há muitas como sua mãe, mas ninguém é como seu pai. "

Martha Medeiros.







quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Doutora em desenvolvimento infantil...



Adoro este texto! Sei que é bastante conhecido já. Mas o autor ou autora, que infelizmente desconheço a autoria foi de uma felicidade pra falar sobre as mães e donas de casa que eu não resisto em ler, reler e dividir com vocês.
Então hoje o texto é pras minhas amigas mulheres que são, que um dia serão (de uma forma ou de outra) mães ou melhor "doutoras em desenvolvimento infantil e em relações humanas".
Beijo grande!

"Certo dia, uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista.
Quando lhe perguntaram qual era a sua profissão, ela hesitou. Não sabia bem como se classificar.
O funcionário insistiu: O que eu pergunto é se tem um trabalho.
Claro que tenho um trabalho, exclamou Anne. Sou mãe.
Nós não consideramos isso um trabalho. Vou colocar dona de casa, disse o funcionário friamente.
Uma amiga sua, chamada Marta, soube do ocorrido e ficou pensando a respeito por algum tempo.
Num determinado dia, ela se encontrou numa situação idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente.
O formulário parecia enorme, interminável.
A primeira pergunta foi: Qual é a sua ocupação?
Marta pensou um pouco e sem saber bem como, respondeu:
Sou doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas. 
A funcionária fez uma pausa e Marta precisou repetir pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.
Depois de ter anotado tudo, a jovem ousou indagar:
Posso perguntar o que é que a senhora faz exatamente?
Sem qualquer traço de agitação na voz, com muita calma, Marta explicou:
Desenvolvo um programa a longo prazo, dentro e fora de casa.
Pensando na sua família, ela continuou: Sou responsável por uma equipe e já recebi quatro projetos. Trabalho em regime de dedicação exclusiva. O grau de exigência é de 14 horas por dia, às vezes até 24 horas.
À medida que ia descrevendo suas responsabilidades, Marta notou o crescente tom de respeito na voz da funcionária, que preencheu todo o formulário com os dados fornecidos.
Quando voltou para casa, Marta foi recebida por sua equipe: uma menina com 13 anos, outra com 7 e outra com 3.
Subindo ao andar de cima da casa, ela pôde ouvir o seu mais novo projeto, um bebê de seis meses, testando uma nova tonalidade de voz.
Feliz, Marta tomou o bebê nos braços e pensou na glória da maternidade, com suas multiplicadas responsabilidades. E horas intermináveis de dedicação.
Mãe, onde está meu sapato? Mãe, me ajuda a fazer a lição? Mãe, o bebê não para de chorar. Mãe, você me busca na escola?
Mãe, você vai assistir a minha dança? Mãe, você compra? Mãe...
Sentada na cama, Marta pensou: Se ela era doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, o que seriam as avós?
E logo descobriu um título para elas: :Doutoras-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas.
As bisavós, Doutoras executivas sênior.
As tias, doutoras-assistentes.
E todas as mulheres, mães, esposas, amigas e companheiras: Doutoras na arte de fazer a vida melhor.
* * *
No mundo em que os títulos são importantes, em que se exige sempre maior especialização, na área profissional, torne-se especialista na arte de amar.
Como excelente mestra, ensine aos seus filhos, através do seu exemplo, a insuperável arte de expressar sentimentos.
Ensine a difícil arte de interpretação de choro de bebê e de secar lágrimas de adolescente.
Exemplifique a renúncia, a paciência e a diplomacia. E colha, vitoriosa, ao final de cada dia, os louros do seu esforço nos abraços dos seus filhos e na espontaneidade de suas manifestações de afeto."

Desconheço a autoria.



quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Mudança...


Eu ando mesma muito sintonizada com o Universo. Ontem eu estava aqui falando das minhas mudanças e hoje abro a “Zero Hora” pra ver o texto da Marthinha e o assunto é...acertou quem pensou em mudança.
Como diz o texto não da pra ser sempre “Gabriela” porque a vida não é nada “Gabriela” com  a gente. A vida muda, nossos comportamentos mudam, os pensamentos também e assim vamos escrevendo nossa história, repleta de pequenas e grandes mudanças. Algumas fáceis outras nem tanto, mas todas fazem parte do nosso movimento, da nossa evolução, do nosso crescimento.
Hoje fui pegar a chave do novo apartamento. Antes de entrar fiz um rápido pensamento (tinha gente me esperando) da felicidade que espero viver ali; segurei a mão do Gu, pra ele abrir junto comigo a porta e juntos colocamos nossos pés direito no nosso apartamento. Uma grande mudança pra uma taurina assim como eu. Mas, o sentimento foi bom! Foi de que tudo vai dar certo! De que será uma nova e excelente etapa de nossas vidas. Uma etapa bem agradável. Não dá pra duvidar do Universo nessa altura dos acontecimentos, nê?! Seria injusto!
Portanto, nada de “Gabriela”!! O bom é viver um dia de cada vez, aprender com as experiências e mudar de rumo se a estrada ficar esburacada demais.
Pra matar as saudades dos textos da Marthinha, aqui vai!
Adoooro!!
Beijos!!


"Nasci assim, vou morrer assim


Uma das provas irrefutáveis de que estou prestes a virar um fóssil é que assisti à novela Gabriela, em 1975, e lembro até hoje da famosa cena em que Sonia Braga se arrasta feito uma lagartixa por cima de um telhado de Ilhéus, para assombro do seu Nacib. Outro dia, numa dessas retrospectivas tipo vale a pena ver de novo, reprisaram a cena, enquanto se ouvia a trilha sonora que virou hit: “Eu nasci assim, eu cresci assim, eu vivi assim, vou ser sempre assim, Gabriééééla”.
Salve Dorival Caymmi, autor da letra, mas, cá entre nós, hoje em dia Gabriela seria forte candidata a algumas sessões de psicanálise, porque só pode ser teimosia crônica essa mania de nascer assim, crescer assim, viver assim e, mais grave, ser sempre assim. Por mais que “assim” seja bom, é muito assim pra pouco assado.
Tenho uma amiga que é a última a sair dos encontros da nossa turma. Invariavelmente, a última. No entanto, dias atrás, nos reunimos e não eram nem 21h quando ela pegou sua bolsa e se despediu. Silêncio na sala. Está se sentindo mal? Não. Alguma coisa que dissemos te ofendeu? Não. Vai se encontrar com alguém? Não. Ela apenas sentiu vontade de voltar cedo pra casa em vez de, como de hábito, ficar para apagar a luz. Havia nascido assim, crescido assim, vivido assim, mas não precisava ser sempre assim.
Depois que ela se foi, ficamos especulando sobre o que a teria feito ir embora, sem aceitarmos a explicação trivial que ela deu: vontade. Como vontade? Desde quando alguém faz algo diferente por simples vontade? Muito suspeito.
É por causa dessa desconfiança que tanta gente se algema aos seus preconceitos, aos mesmos gostos que cultiva há 20 anos, às manias executadas no automático e a amores que nem lhes satisfazem mais, tudo para que os outros não questionem sua integridade, já que se estabeleceu que quem muda é frívolo.
Se é isso mesmo, salve os frívolos. Só não muda quem não se relaciona com o mundo, não passou por nenhuma experiência amorosa, por nenhuma frustração. Só não muda quem não consegue racionalizar sobre o que acontece a sua volta, não se interessa pela condição humana, não é curioso a respeito de si mesmo, não se permite ser atingido pela arte e pelo pensamento filosófico, em suma, só não muda quem está morto.
A vida não recompensa os amadores. No máximo, lhes dá uma vida tranquila, e isso nem sempre é uma graça divina. Gabriela era um personagem de ficção, e Caymmi um poeta enaltecendo a pureza humana, que merece mesmo ser enaltecida em prosa e verso. Mas a pureza não precisa se defender o tempo inteiro contra a mudança. Pode-se migrar da pureza para o experimentalismo, sem perdas.
Minha amiga, naquela noite, dormiu cedo como há séculos não fazia, e eu, que costumo cabecear quando termina a novela, fui a última a sair, fiquei para apagar a luz. E ambas continuamos íntegras como sempre fomos."

Martha Medeiros.



Voltei...



Queridos amigos!
Estou de volta no pedaço e na vidinha real. Bem real afinal este mês mudo de casa e preciso organizar tudo que este movimento traz.
No meu caso sair de uma casa grande pra uma casa menor, sair de casa pra apartamento, do mais distante da cidade pro meio da cidade, enfim algumas mudanças que preciso internalizar e curtir. Afinal porque não acreditar que esta mudança é mais um presente do Universo pra mim. Um Universo que tem sido bastante generoso e cuidadoso. Tão cuidadoso que sabendo do meu amor por um jardim organizou um apartamento com uma varanda grande pra eu poder montar meu jardim particular. Um pouco da “Alamenda das Sibipirunas” pro setor Bueno.
Agora é tratar de me despedir da minha casa (não mais minha), deixar aqui uma bela energia de felicidade pros que virão e receber com boa fé mais essa mudança no meu mundinho taurino. Mundinho este que anda cheios de planos! Então mãos a obra!!!
Hoje só passei mesmo pra dar um oi. Estava com saudades!Como cheguei ontem ainda estou correndo pra organizar tudo que não tirou férias (risos). Ah! As crônicas ainda estão na minha mente, aguardem, ok?!
Beijos.