terça-feira, 1 de março de 2011

Brigar, xingar ou serenar?!

Hoje ao sair da garagem do meu prédio na hora do almoço, pra levar o Gu pra escola e a mim pra faculdade me deparei com uma cena que me fez pensar. Logo na saída da garagem, tive que parar o carro na rua porque do outro lado, bem no prédio da frente estava saindo uma caminhonete com uma bonita e jovem moça dirigindo. Ela devia ter por volta de vinte e poucos anos e estava com bastante dificuldade de sair com o carro porque bem em frente ao meu prédio estava estacionado um micro-ônibus e como a rua não é muito larga ela teve que fazer algumas manobras pra conseguir sair. Até ai tudo bem não fosse a moça se deixar enfurecer – e acreditem não tem outro nome para aquele sentimento – por conta do acontecido. Logo na terceira manobra a jovem berrava com o “carrão” (assim chamado por ela), batia no volante, buzinava e não satisfeita na hora em que conseguiu passar, parou ao lado do ônibus e bateu e xingou ele várias vezes (bateu e xingou o carro). Um espetáculo de literalmente parar a rua. Um espetáculo que na verdade durou muito mais por conta da parada para a moça descontar sua raiva no carro do que pela manobra tão somente. Eu, depois que ela já tinha ido embora, fiquei ali estarrecida mais alguns minutos pensando sobre aquilo. Será que ela estava com problemas, será que ela estava compensando no carro alguma raiva contida, será que eu em algum momento da vida já tinha agido assim?! Não sei! Possível que sim. Mas hoje agradeci aos meus 35 anos, agradeci por poder ver aquele momento, agradeci por entender que atitudes como aquela nunca fazem bem pra gente, muito antes pelo contrário. Pelo menos não pra mim.
Durante o trajeto pra faculdade fiquei tentando me lembrar nas vezes em que agi assim “enfurecidamente” nesses últimos anos. Constatei que saí do sério sim, mais vezes do que gostaria, mais vezes do que era “sadiamente” permitido, mas que a cada vez, a cada tomada de consciência esse ato ia ficando menor e mais consciente de que o melhor sempre, é respirar fundo, contar até 528 e seguir em frente, porque na maioria das vezes me faz muito mal explodir. Não que guardar algum ressentimento me faça bem, muito antes pelo contrário, mas deixar o momento passar, me serenar e depois resolver de forma tranquila me faz bem melhor. Claro, não é uma regra. Nunca é! O que faz bem pra mim, faz bem unicamente pra mim, mas tenho cá minhas dúvidas se aquele acesso de raiva fez bem para aquela mulher. Também não sei se com" sessenta e quatro anos" não vou estar por aí chutando pneus, tudo é possível, mas espero que não. Espero de coração que aos "sessenta e quatro anos" eu esteja mais tranquila que hoje, mais consciente de que brigar com um carro, com os outros, com o mundo não me leva a lugar algum e que o melhor e conseguir entender o problema e seja ele pequeno ou não, resolver da forma mais serena e suave possível, porque isso me faz sentir muito melhor.
Um grande beijo.





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