terça-feira, 2 de março de 2010

Se perdoar...





Este final de semana revi um filme do qual o livro já tinha mexido muito comigo. “ As cinco pessoas que você encontra no céu”. Fala entre outras coisas, de como as vidas estão interligadas. Em como um ato nosso, por mais impensado que seja pode refletir na vida de outras pessoas. E acredito mesmo que estamos ligados por uma grande teia que faz cada pensamento, cada ato ter ou não uma consequência na vida de quem conhecemos e outras vezes na vida de quem não conhecemos. Quantas vezes um sorriso nosso, um bom dia dado de coração, uma doação, que achavamos sem importância, o próprio trabalho que desempenhamos, pode tocar uma vida, melhorar o dia de alguém, salvar um coração amargurado. Quem nunca escutou um: “ Nossa, isso era tudo de que eu precisava hoje!!”?! Quantas vezes mudamos um pouquinho o curso diário do dia e mudamos o dia do outro.
Quando morei em Porto Alegre eu tirava a hora do almoço as terças-feiras pra assistir no teatro São Pedro um projeto gratuito chamado “ Música ao meio-dia”, ou coisa do gênero, que nada mais era que uma pequena peça de algum compositor clássico tocada por grupos pouco conhecidos da cidade; como era um horário corrido eu sempre chegava atrasada e me sentava nas últimas cadeiras, sempre ao lado de uma senhora que todas as vezes estava lá no mesmo lugar. Aos poucos o simples “Boa tarde” foi se transformando em conversas que se estendiam até uma meia hora depois da peça musical, conversas sempre muito produtivas pra mim, afinal ela era uma senhora muito culta, que lia muito e que sempre tinha um bom livro pra me indicar e coisas pra me ensinar. Perto de voltar pra Brasília dei a ela o endereço do meu pai aonde iria ficar quando voltasse e meses depois, já em Brasília recebi uma carta dessa senhora me contando que eu fui de extrema importância pra ela naquele período. Claro que ela também tinha sido pra mim. Estes e tantos outros encontros que a vida “tece”. Uns mais importantes que outros, mas sempre levando um pouco de nós e deixando um pouco do outro em nós.
O filme fala também, de uma forma sutil e delicada, sobre outro ponto muito importante ...o perdoar; tanto os outros como a si mesmo. Fala sobre essas amarguras que levamos pela vida afora, que vão nos matando aos pouquinhos, aquelas que pesam em nossa alma, mas que por algum motivo que nem nos direito sabemos não jogamos fora. Perdoar de todo coração, limpar nossa alma, nosso corpo, nossa “casa”, nossa vida das energias ruins, do peso, do rancor, da amargura, da dor, das feridas do coração...não, não é nada fácil! Mas faz tão bem! Deixa a vida tão mais fluída, tão mais leve, mais gostosa, diria até, mais colorida. Tenho feito esse exercício; olhar pra bem dentro de mim e ver o que ainda me dói, o que me machuca, o que não foi bem resolvido e tento de alguma forma resolver. Tem dado certo! Tem feito milagres em mim e consequentemente na minha vida e nas minhas relações como um todo.
Este final de semana escutei muito (do meu sábio namorado) que se preciso mudar alguma coisa, essa coisa precisa primeiramente começar comigo. O resto é consequência. E olhando pra trás o que vejo é exatamente isso. Toda vez que vi em alguém algo que não gostei era porque estava me vendo naquela pessoa, naquele ato. Uma teia! O outro, ou a situação estão ali pra te fazer perceber algo dentro de você. Se você está bem o outro não te incomoda. Mas se você precisa mudar o outro é colocado exatamente pra isso. Pra te ajudar. Mas, nem sempre percebemos. Na maioria das vezes, apontamos o erro, julgamos e damos a solução. A solução!? Grande engano! A solução não está ali, mas sim dentro de cada um de nós. O erro do outro ele mesmo vai acabar acertando! Não se preocupe! Se preocupe sim, com você!
Nada como um filme e horas de papo com minha "estrela" pra eu ficar assim...filosofando! (risos). Pelo menos estou tentando melhorar amigos, como ser humano, como tantas, que existem dentro de mim.
Grande beijo!

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