quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Martha Medeiros....


 Mundo Melhor....

Todas as quartas e domingos no jornal "Zero Hora", de Porto Alegre sai a crônica da Martha Medeiros....eu como sou fã de carteirinha tenho a página entre os meus "favoritos". Algumas leio pra mim, outras comente e leio pra amigos, mas essa queria dividir com todos vocês, afinal também sou partidária "do cada um faz um pouco é tudo dá certo"!!
Penso isso sempre que vou ao supermercado com as minhas sacolinhas de tecido a tirácolo, sempre que desligo a torneira enquanto não estou usando, separando o lixo, não jogando lixo na rua, carregando tudo que dá na bolsa, pra não usar sacolinhas de plástico, tentando sempre dar o melhor de mim a todos que precisam,  mostrando pro Gu que gentileza e respeito sempre faz bem, e que todos independentemente de quem são, gostam e merecem ser tratados com essas qualidades, e  claro, o que mais falo.... trate sempre os outros como você gostaria de ser tratado, assim a gente nunca erra!!.... estes pequenos "movimentos" que ajudam e ensinam meu filho e por fim os filhos dele a cuidar desse tão nosso planetinha e de todos que os habitam.Afinal, o exemplo é sempre a melhor e mais rápida maneira  de ensinar. E é isso que vou deixar de mais consistente pra ele, e de mim pra esse planeta Terra que eu amo um tantão assim!!!
Um grande beijo.


"À Jennifer Moyer



Abri um livro e, antes de começar a lê-lo, me fixei na dedicatória da primeira página. Dizia: À memória de Jennifer Moyer, que deixou tudo melhor do que havia encontrado. É o que todos nós gostaríamos de ver escrito no nosso obituário, imagino.
Desconheço quem seja Jennifer Moyer, mas simpatizei com essa moça (garanto que ela nunca deixou de ser moça, mesmo que tenha morrido aos cem). Só as pessoas de alma jovem e sadia é que entendem que a gente não vem ao mundo para sugá-lo, para retirar dele o suco possível e deixar para trás o nosso lixo. Encontramos o mundo de um jeito, ao nascer. É uma questão de honra que ele esteja melhor ao partirmos.
Mas não é tarefa fácil. Eu desanimo quando vejo a quantidade de pessoas grosseiras que se reproduzem feito gremlins. Nem mesmo nosso chefe de Estado anda conseguindo manter a compostura. Não é porque todo mundo fala palavrão – e todo mundo fala mesmo – que Lula precisa usar o mesmo recurso para se expressar em público. Aliás, vale para todos os que ocupam alguma hierarquia, sejam diretores de empresa, professores, pais. “Menino, vá estudar, ou quer ficar na merda pra sempre?” Esse exemplo de elegância no tratamento é comum nos lares brasileiros, e com aval presidencial, tende a se perpetuar.
Se a gente quer que nossos netos herdem um mundo melhor, é preciso arregaçar as mangas agora e aqui, Copenhague fica muito longe. Então vamos lá: ninguém morre se caminhar três quadras em vez de usar o carro ou se procurar uma lixeira em vez de jogar a lata de refrigerante no meio da rua. E não é só consciência ambiental que precisamos exercitar, mas também uma consciência básica sobre a arte de conviver. Não é possível que as pessoas sigam sendo tão maldosas e ariscas, sempre alfinetando os outros, sempre interpretando erroneamente os bons atos e cultivando um complexo de perseguição que mina as relações. Ninguém mais acredita em ninguém, ninguém confia, todos vivem com a faca entre os dentes, temendo passar por otários. E é o que acabam sendo. Se tivessem uma visão um pouco mais pacifista, iriam facilitar muito as relações humanas. Esperar o melhor dos outros é uma atitude contagiante, mas, infelizmente, esperar o pior também é. E fica essa guerra de nervos no ar.
Tenho uma visão bem individualista sobre o que torna o mundo mais habitável: cada um fazendo a sua parte já ajuda um bocado. Não estou falando apenas de contribuir com dinheiro para entidades carentes, adotar bichos de rua, doar sangue, mas também em cuidar do nosso humor, praticar a cortesia, aplaudir, elogiar – não há submissão nenhuma em ser positivo. Mas somos acomodados e preferimos esperar por soluções estabelecidas de cima para baixo, como se a nossa colaboração fosse inexpressiva.
Dedico esta crônica à minha musa inspiradora de hoje, Jennifer Moyer, que sei lá o que fez para ser homenageada com uma dedicatória num livro, mas pouca coisa não foi: ou ela soube transmitir aos filhos a importância de se viver sem mágoas, ou ela soube cultivar seus amigos, ou ela sempre foi justa, ou não se deixou levar por vaidades bestas, ou simplesmente sorriu mais do que praguejou. Ou tudo isso junto, o que já é um belo lote de atos revolucionários."

Martha Medeiros.









Um comentário:

  1. Amore,
    "Marthinha" é tudibom!!!
    Não tem verdade maior que a simplicidade e a eficiência de se ser educado, solidário e cheio de amor.
    Quando eu tinha 15 anos e morei nos EUA, ficava impressionada como até mesmo as pessoas que tinham uma condição financeira excelente, tinham o hábito e a consciência da necessidade de se juntar latas de refri, papéis e plástico para serem reciclados e com isso ganhar poucos dólares. Não era pela grana e sim pelo bem maior, sabe?
    E como a gente é bobo e deixa passar oportunidades assim, né?
    Eu voltei consciente e tinha o maior cuidado de juntar por dias jornais e papeis, colocar aquele peso todo no meu carro, me deslocar de bairro para vendê-los... mas... com o tempo, a preguiça de entulhar coisas num ap. pequeno para tanto agito, carregar peso e dirigir até lá me impedem hoje de fazer a minha parte! Que vergonha!!!
    Acho que é uma boa ideia de meta pra 2010, não?
    Beijo!!!
    Tô morrendo de saudade...

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