quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mais um sobre o amor...

Quantas vezes podemos amar? Quantos tipos de amor existem? Tenho me feito bastante essas perguntas estes dias. Muito provavelmente se deve ao livro que estou lendo. O protagonista se vê no fim do quinto casamento e pra não ter que perdê-la sugere que ambos continuem a viver debaixo do mesmo teto mesmo ele tendo que conviver com a nova vida dela. Vida essa que consiste em saídas com outro homem e todo o entusiasmo que isso gera.
Ela, segundo ele, é a mais linda de todas as mulheres que ele já teve, a mais sensual e alegre também. Ela é uma mulher de vinte e poucos anos, ansiosa por curtir a vida que segundo ela, ele a proibia de viver. Ele por ser mais velho, obeso, fechado e nesse momento com a auto-estima valendo nada mais que um "saco de bananas passadas" se submete a coisas que eu acho doentias pra não dizer insanas. A desculpa dele sempre é o amor, claro! O amor que ela fez brotar nele. O amor e a paixão que antes dela ele nunca havia sentido. Amor que o fazia sentir vivo, elétrico, entusiasmado, animado, como nunca! “Amor” que o fazia perder noites de sono imaginando se ela ali ao lado estava sonhando ou não com ele. “Amor” que o fazia perder o sono, o juízo, a paz. “Amor” que o fazia pisar em ovos pra não brigar, não a deixar insatisfeita, não a decepcioná-la. “Amor” que fez com que ele deixasse de ser quem era pra poder se moldar ao gosto e molde que ela desejava ter. Que “amor” é esse me pergunto eu a cada página lida? Que amor é esse que fez com que esse homem tivesse que se enclausurar dentro de si por quatro longos anos e ao excesso de trabalho pra poder se reencontrar, se redescobrir, porque esse mesmo “amor” o fez perder a identidade, sem falar na auto-estima, na confiança e no amor próprio.
Ele voltou a amar, voltou a dividir a vida com outro alguém, mas agora não era mais aquele protagonista. Não era mais aquele mesmo homem. Alguma coisa tinha mudado dentro dele. Lá bem no intimo onde as cicatrizes ficam, onde guardamos nossas marcas, nossas dores, nossos medos. Marcas estas que não somente aquela última mulher deixou mais todas as outras deixaram também, umas mais, outras menos, mais todas passaram por aquele coração, montaram barraca e quando o acampamento acabou deixaram lá somente as marcas dos furos feitos pra firmar a lona. E daí volto a me perguntar, quantos tipos de amor existem? Amor maduro, amor sacana, amor maternal, amor apaixonado, amor insano, amor cego (esse deve ser um dos piores), amor eterno... amor eterno... será que existe esse?! Amor que dura um mês, um ano, vários. Ou será que pra sempre amamos alguém deixando somente de dividir a vida com aquela pessoa? Amor que faz crescer, amor que machuca, amor que floresce, amor que deixa cicatrizes, amor calmo, amor que mais parece um furação, amor que lembra dia de sol, amor que acalenta, amor solitário, amor solidário, amor que é “lugar de repouso”, amor que soma, amor que diminui... tantos ou será que na verdade o amor verdadeiro somente se sente uma única vez?! Será que quando é amor verdadeiro o melhor brota dentro da gente? Ou será que todos são amor, mas são como uma caminhada que pra uns começa nas nuvens e termina no arco-íris e pra outros começa nas pedras e acaba em uma dança delicada e leve como a brisa, e que pra outros ainda começa nas montanhas e termina no penhasco?
Bem, seja como for, nunca vamos chegar a um consenso, afinal amor não se explica simplesmente se sente, e eu posso escrever milhares de textos tentando entender e o máximo que vou conseguir e “apalpar” o que acontece aqui dentro de mim, tateando as minhas marcas que fazem parte da minha história e de como eu “sinto” essa coisa maravilhosa e viva que é o amor.
E pra você? O que é o amor?
Beijo grande e excelente final de semana!

2 comentários:

  1. Oi, Aline!
    Vc tá de parabéns pelo blog! Ele é ótimo! Adoro seus textos! Tem dias que parece que eles foram escritos pra mim! hehe
    Um beijo, Fernanda Thomé

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  2. Olá, tudo bem? Lindo texto. O que é o amor, hein?! Definir é limitar, e limitar o ilitimitado não é possível. Seu texto mostra bem isso e concordo com você em sua análise às formas/tipos de amor (que são fazes, sinais de evolução de cada indivíduo), temos que vê-lo assim. Bem, como disse o 'poetinha': "A vida é a arte do encontro/embora haja tanto desencontro pela vida." A gente vai desencontrando até encontrar esse amor definitivo, eu acho... bom fim de semana.

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