sábado, 7 de novembro de 2009


Amor e Sexo;

Hoje cheguei em casa e estava passando o programa “ amor e sexo”, um programa legal aonde o assunto é nada mais nada menos do que um dos dois assuntos mais falados e discutidos de todos os tempos.
Desde que o homem existe ele ama, faz sexo, fala e discute sobre estes assuntos, claro que nos dias atuais o sexo é falado abertamente, se fala, se faz, da forma mais livre e liberada do planeta.
Se fala na praia, no elevador, no bar, em casa, com amigos, médicos, filhos... enfim.... se fala!!
E o que mais me chama atenção é que apesar de falarmos, vivermos, sentirmos, discutirmos, ainda existem todas as dúvidas do mundo. Quanto mais se fala mais se quer falar... quando mais dúvidas são tiradas, mais dúvidas e curiosidades temos.O assunto bom !!! Sempre tem adeptos!!
E como é bacana isso!! Hoje temos a liberdade de ter dúvidas das mais “cabeludas” e de uma forma ou de outra acabamos dando um jeitinho de saciar nossa curiosidade.
Pensem em nossas avós; quando que elas poderiam discutir com o parceiro que posição ela gostaria mais, de que jeito, forma, enfim... se hoje ainda vemos um punhado de mulheres e homens também, com uma serie de duvídas mal resolvidas, imaginem a alguns anos atrás!!
Hoje nos permitimos nos entregamos, ou não, ao prazer, da forma e da maneira que queremos.E claro que ainda vivemos em uma sociedade machista que ainda acredita que o homem manda até na vontade da “sua” mulher.
Poucos dias atrás ainda ouvi uma senhora falando que não sente falta nenhuma de sexo, afinal ela se sentia uma privada com o marido.
Privada!!!!Foi essa palavra mesmo que você leu!!!E eu ouvi!!
Triste nê??!! E o pior é que mesmo nos dias atuais que temos programas de televisão falando sobre isso, ainda temos mulheres que “transam porque é obrigação com o marido”.
Mas já evoluímos tanto... acredito que ainda há de chegar o tempo em que ninguém se permitirá ser usado como “privada”.
Hoje o sexo é assunto falado, discutido, tratado, com doutorado e tudo mais que se tem direito!! Hoje vamos a um sex shop e nos divertímos, compramos e o melhor.... experimentamos.
Claro, que tudo depende do seu parceiro, ou não....rsrsrs....
Mas como é bom poder ter ao seu lado um cúmplice na cama, (ou fora dela!! Tendo imaginação o que não faltam são lugares!!), uma pessoa que deixa lá fora todos os tabus e que queira dar e receber prazer, fazer e ser feliz, amar e ser amado, curtir e ser curtido, descobrir e ser descorberto.
Como já disse Verríssimo, “dar é bom pra caramba”, mas eu ainda acho que dar com amor é melhor ainda!! Não que uma transa com algum desconhecido, não tenha o seu valor, as vezes nem tão desconhecido assim, mas só rola sexo, nada de amor.Tudo bem também!!
Tem pra todo mundo! Sexo com ou sem amor, com ou sem desconhecido, de duas, de dois, com mais de dois, com muito amor, sujo, limpo, quente, frio, de tudo um pouco, tradicional, nenhum pouco tradicional.... vou parar por aqui mesmo porque; o coisinha pra dar pano pra manga!!
Mas no final o que todos queremos é ser felizes!! É curtir esse prazer que não custa caro, faz bem pra pele, pro humor, pro ego e que além de tudo ainda de sobra ,desestressa.

"AMOR É PROSA, SEXO É POESIA


Sábado, fui andar na praia em busca de inspiração para meu artigo de jornal. Encontro duas amigas no calçadão do Leblon:- Teu artigo sobre amor deu o maior auê... – me diz uma delas.- Aquele das mulheres raspadinhas também... Aliás, que você tem contra as mulheres que barbeiam as partes? – questiona a outra.- Nada... – respondo. – Acho lindo, mas não consigo deixar de ver ali nas partes dessas moças um bigodinho sexy... não consigo evitar... Penso no bigodinho do Hitler, do Sarney... Lembram um sarneyzinho vertical nas modelos nuas... Por isso, acho que vou escrever ainda sobre sexo...Uma delas (solteira e lírica) me diz:- Sexo e amor são a mesma coisa...A outra (casada e prática) retruca:- Não são a mesma coisa não...Sim, não, sim, não, nasceu a doce polêmica ali à beira-mar. Continuei meu cooper e deixei as duas lindas discutindo e bebendo água-de-coco. E resolvi escrever sobre essa antiga dualidade: sexo e amor. Comecei perguntando a amigos e amigas. Ninguém sabe direito. As duas categorias trepam, tendendo ou para a hipocrisia ou para o cinismo; ninguém sabe onde a galinha e onde o ovo. Percebo que os mais “sutis” defendem o amor, como algo “superior”. Para os mais práticos, sexo é a única coisa concreta. Assim sendo, meto aqui minhas próprias colheres nesta sopa.O amor tem jardim, cerca, projeto. O sexo invade tudo isso. Sexo é contra a lei. O amor depende de nosso desejo, é uma construção que criamos. Sexo não depende de nosso desejo; nosso desejo é que é tomado por ele. Ninguém se masturba por amor. Ninguém sofre de tesão. O sexo é um desejo de apaziguar o amor. O amor é uma espécie de gratidão posteriori pelos prazeres do sexo.O amor vem depois, o sexo vem antes. No amor, perdemos a cabeça, deliberadamente. No sexo, a cabeça nos perde. O amor precisa do pensamento.No sexo, o pensamento atrapalha; só as fantasias ajudam. O amor sonha com uma grande redenção. O sexo só pensa em proibições: não há fantasias permitidas. O amor é um desejo de atingir a plenitude. Sexo é o desejo de se satisfazer com a finitude. O amor vive da impossibilidade sempre deslizante para a frente. O sexo é um desejo de acabar com a impossibilidade. O amor pode atrapalhar o sexo. Já o contrrário não acontece. Existe amor sem sexo, claro, mas nunca gozam juntos. Amor é propriedade. sexo é posse. Amor é a casa; sexo é invasão de domicílio. Amor é o sonho por um romântico latifúndio; já o sexo é o MST. O amor é mais narcisista, mesmo quando fala em “doação”. Sexo é mais democrático, mesmo vivendo no egoísmo. Amor e sexo são como a palavra farmakon em grego: remédio e veneno. Amor pode ser veneno ou remédio. Sexo também – tudo dependendo das posições adotadas.Amor é um texto. Sexo é um esporte. Amor não exige a presença do “outro”; o sexo, no mínimo, precisa de uma “mãozinha”. Certos amores nem precisam de parceiro; florescem até mas sozinhos, na solidão e na loucura. Sexo, não – é mais realista. Nesse sentido, amor é uma busca de ilusão. Sexo é uma bruta vontade de verdade. Amor muitas vezes e uma masturbação. Seco, não. O amor vem de dentro, o sexo vem de fora, o amor vem de nós e demora. O sexo vem dos outros e vai embora. Amor é bossa nova; sexo é carnaval.Não somos vítimas do amor, só do sexo. “O sexo é uma selva de epiléticos” ou “O amor, se não for eterno, não era amor” (Nelson Rodrigues). O amor inventou a alma, a eternidade, a linguagem, a moral. O sexo inventou a moral também do lado de fora de sua jaula, onde ele ruge. O amor tem algo de ridículo, de patético, principalmente nas grandes paixões. O sexo é mais quieto, como um caubói – quando acaba a valentia, ele vem e come. Eles dizem: “Faça amor, não faça a guerra”. Sexo quer guerra. O ódio mata o amor, mas o ódio pode acender o sexo. Amor é egoísta; sexo é altruísta. O amor quer superar a morte. No sexo, a morte está ali, nas bocas... O amor fala muito. O sexo grita, geme, ruge, mas não se explica. O sexo sempre existiu – das cavernas do paraíso até as saunas relax for men. Por outro lado, o amor foi inventado pelos poetas provinciais do século XII e, depois, revitalizado pelo cinema americano da direita cristã. Amor é literatura. Sexo é cinema. Amor é prosa; sexo é poesia. Amor é mulher; sexo é homem – o casamento perfeito é do travesti consigo mesmo. O amor domado protege a produção. Sexo selvagem é uma ameaça ao bom funcionamento do mercado. Por isso, a única maneira de controla-lo é programa-lo, como faz a indústria das sacanagens. O mercado programa nossas fantasias.Não há saunas relax para o amor. No entanto, em todo bordel, FINGE-SE UM “AMORZINHO” PARA INICIAR. O amor está virando um “hors-d’oeuvre” para o sexo. O amor busca uma certa “grandeza”. O sexo sonha com as partes baixas. O PERIGO DO SEXO É QUE VOCÊ PODE SE APAIXONAR. O PERIGO DO AMOR É VIRAR AMIZADE. Com camisinha, há sexo seguro, MAS NÃO HÁ CAMISINHA PARA O AMOR. O amor sonha com a pureza. Sexo precisa do pecado. Amor é o sonho dos solteiros. Sexo, o sonho dos casados. Sexo precisa da novidade, da surpresa. “O grande amor só se sente no ciúme” (Proust). O grande sexo sente-se como uma tomada de poder. Amor é de direita. Sexo, de esquerda (ou não, dependendo do momento político. Atualmente, sexo é de direita. Nos anos 60, era o contrário. Sexo era revolucionário e o amor era careta). E por aí vamos. Sexo e amor tentam mesmo é nos afastar da morte. Ou não; sei lá... e-mails de quem souber para o autor."
Arnaldo Jabor

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